Cheguei ao hospital e através de um exame de sangue diagnosticaram a trombose venosa profunda na minha perna. Não puderam realizar um exame de tomografia pela minha alergia a iodo (material necessário para o contraste e localização do trombo no pulmão), mas me disseram que o tratamento para ambos era o mesmo: anticoagulante. Me internaram e disseram que em uns 4 dias eu voltaria pra casa. Ali eu me via já morrendo de saudades do meu filho. Achei o fim acabar de dar a luz e estar longe do meu bebê. E ele, como ia se alimentar? Pois bem, do hospital que eu estava fui mandada para outro e segui de ambulância até lá.
No momento da internação já não me deixaram colocar o pé no chão, para nada absolutamente nada!!
Só pensava no Gabriel. Olhava pela janela da ambulância a lanterna do carro do meu marido, que ia nos seguindo, ali passou tanta coisa na minha cabeça, mas eu pedia incessantemente pra voltar logo pra casa!
Direto pro CTI, achei que lá poderia tirar o leitinho do meu bebê. Mas como cheguei e me deixaram só de top (por causa dos seios cheios e estourando de leite) e ainda mandaram meu marido pra casa, não tinha muito a fazer. Só esperar o dia amanhecer e ele trazer uma mamadeira pra guardar o líquido precioso do meu filho. A minha sorte foi ter comprado uma lata de Nan e deixado lá pra qualquer emergência. Minha sogra linda ficou com ele. A primeira noite já me entubaram toda: eletrodos no corpo todo, aparelho de pressão que inflava de 15 em 15 minutos, soro com o anticoagulante de ataque na minha veia do braço (detalhe não podia dobrar o braço, e já estava assim há algumas horas) e uma fralda. Nem no banheiro eu podia ir sozinha. Gritos, gente chorando, chamando enfermeiras, ahhh quantas vozes de súplica, e eu ali quietinha pedindo pelo meu filho. Ali tive medo a primeira vez de não estar mais viva! Mas meus pensamentos no meu bebezinho era o que me confortava, os momentos felizes com ele me consolavam um pouco, e me tirava daquele pesadelo por alguns instantes. Quando conseguia dormir vinham me medicar. Assustada eu conferia remédio por remédio e perguntava pra que era o quê!!! Além de injeções no soro, colhiam meu sangue e me davam injeções na barriga. Alguns médicos plantonistas vieram me ver e dar uma "palavrinha" comigo sobre meu caso. De 3, só 1 me disse a verdade: que corri risco de vida, e que eu tinha que ter procurado um hospital bem antes, mas tive sorte de não ser mais grave, meu organismo tinha evitado algo pior, pensei ali: FOI DEUS!!! No final do segundo dia, após receber a visita do meu marido e dos meu pais, me deram alta por quarto...mas meu martírio não tinha acabado ali não...
Me deixaram apenas com o soro, minha mãe veio dormir comigo, e as medicações passaram pra oral além das injeções na barriga. Foram um total de 28!! Ali entrei no ritual do acerto do medicamento, chamado Marevan. É o anticoagulante, que afina o sangue, dilui o trombo formado e impede outra trombose. Esse medicamento tem que exercer o efeito medido em uma taxa de coagulação, onde entre 2 e 3 é a taxa pro caso da trombose. Mas minha dosagem no sangue não passava de 1.2.
Tomava o medicamento uma vez ao dia, colhia sangue de madrugada e esperava o resultado estar bom pra eu poder ir correndo amamentar meu filhote!!! Ficava na expectativa de sair todos os dias, mas virou tortura psicológica!!!
Meus seios explodindo de leite, guardei duas mamadeiras cheias até a boca, quando perguntei ao médico que cuidava do meu caso, se poderia mandar pra ele, já que as visitas eram proibidas. Ele pediu pra falar com a pediatra do Gabriel e num rápido comunicado ele entendeu que não poderia mais amamentar ele...me deu o maior desespero da minha vida. EU TERIA QUE TOMAR O REMÉDIO POR 6 MESES. E como ficaria a alimentação de proteção do meu filho? Eu como mãe não poderia proteger ele com meu leitinho. Me senti incompleta, e depois que ele saiu da sala, chorei muito, e sem parar. Olhei as mamadeiras e doeu ter que jogar fora pelo ralo, a energia, a força, a saúde do meu bebê. O apoio veio do meu marido naquele momento que entrou no banheiro e me viu despencando em lágrimas, aos soluços, e disse que o lugar onde eu deveria chorar era no colo dele. Aquilo me deu forças sabe, ele também deveria estar muito angustiado, e eu não poderia piorar a situação, precisava me acalmar. Somos um casal, um levanta o outro, e naquele momento tive que tirar forças nem sei de onde pra ficar bem, e vê-lo mais tranquilo. Orava ajoelhada cada vez que ia ao toalhete, pra ele não ver minha angústia de tão perto. Como uma mãe pode não proteger um filho? Eu me questionava e a tristeza tomou conta. Pra não pirar no meu estresse, o Xandy levou uns vídeos do Gabriel e várias fotos. Eu olhava meu bebezinho e os dias foram passando. Só depois de 8 dias o médico me deu alta. Ainda perguntei novamente pela amamentação, ele negou novamente e ainda reforçou que eu tivesse paciência!!!
PACIÊNCIA?? COMO ELE ME PEDIA PACIÊNCIA?? Mas eu não me conformei com isso, precisava de mais informações...era a saúde do meu filho em jogo, não existe melhor alimento que o leite materno!!!
TROMBOSE E TROMBO EMBOLIA PULMONAR
A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma doença grave, caracterizada pela formação aguda de um trombo (coágulo) no interior das veias profundas da perna.
Os sintomas mais comuns da Trombose Venosa Profunda (TVP) ocorrem geralmente em uma das pernas, mais comumente nas panturrilhas (batatas das pernas), caracterizando-se frequentemente pelo início recente dos seguintes sinais clínicos: dor, edema (inchaço) e rubor (vermelhidão) na área afetada (perna ou coxa). Outros sinais são o calor e o empastamento no membro acometido (rigidez da musculatura da panturrilha). Diante de tais manifestações o indivíduo deve ser encaminhado a um serviço médico de emergência, sobretudo pelo risco do quadro evoluir para uma embolia pulmonar. A embolia pulmonar é o desprendimento do coágulo da veia comprometida, que sob a forma de êmbolo provocará a obstrução de vasos arteriais dos pulmões. É uma complicação da maior gravidade e a sua suspeita deve ser levada em consideração diante da falta de ar de início súbito, dor torácica, e, nos casos mais graves, arritmia, diminuição da pressão arterial e, com certa frequência, morte súbita. Mesmo na ausência desses sintomas respiratórios não se pode descartar essa complicação.
É importante pensar na possibilidade de TVP em todo indivíduo com queixas num membro inferior e que apresente um ou mais dos "fatores de risco" adiante mencionados.
Sua suspeita deve levar a realização de exames complementares de urgência: Ecodoppler Colorido, Flebografia, Ressonância Nuclear Magnética...para confirmar o diagnóstico de TVP e possibilitar o início do tratamento precocemente e com isso impedir as graves complicações.O tratamento inclui medicação anticoagulante e a utilização de meias elásticas.
FATORES DE RISCO:
·** Uso de anticoncepcionais orais (sobretudo em mulheres fumantes);· Terapia de reposição hormonal;
· Câncer e quimioterapia;
. Obesidade;
· Gravidez e puerpério (período pós-parto);
· Doenças cardíacas ou respiratórias graves;
· Infecção grave;
· Traumatismos;
· Cirurgias grandes e anestesia de longa duração;
· Período pós-operatório;
· Hospitalização prolongada;
· Viagens de longa duração (Síndrome da Classe Turística)
** ATRIBUÍ ESSE ASTERISCO PARA CHAMAR ATENÇÃO DE MUITAS MULHERES QUE USAM OS ANTICONCEPCIONAIS ORAIS, CERCA DE 60% DA POPULAÇÃO E 99% DAS MENINAS QUE CONHEÇO, E QUE TAMBÉM ACHAM QUE FUMAR DURANTE UMA BALADA NÃO AFETARÁ NUNCA SUA SAÚDE. EU TAMBÉM PENSAVA ASSIM!!
INFORMAÇÕES COMO CAUSA, TRATAMENTO, PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES ACESSE:
Fonte:
http://falemosdesaude.blogspot.com/2010/10/trombose-venosa-profunda-pode-ser-fatal.htmlhttp://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/4826/trombose-venosa-profunda
http://www.reservaer.com.br/saude/trombose.html